Nossa atenção vale menos que a de um peixe dourado.
- Vanessa Reis
- 24 de fev.
- 2 min de leitura
Imagine a seguinte cena: você pega o celular para responder uma mensagem e, sem perceber, já está há 40 minutos rolando o feed do Instagram. Ou talvez tenha ido buscar uma informação rápida e, quando se dá conta, está assistindo a um vídeo aleatório sobre algo que nem lembrava que existia. Soa familiar? Pois é, você não está sozinho.
O uso excessivo do celular tem transformado nossa rotina de maneiras que nem sempre percebemos. Segundo pesquisas recentes, os brasileiros passam, em média, 9 horas por dia em frente a telas, sendo que boa parte desse tempo é no smartphone. Mas a questão vai além do tempo de tela: nosso cérebro está sendo treinado para viver em um estado constante de distração.
Nossa atenção está pior que a de um peixe dourado
Se você sente que está cada vez mais difícil se concentrar em uma tarefa sem interromper para checar o celular, saiba que isso não é só impressão. Estudos mostram que, entre os anos 2000 e 2015, a capacidade média de atenção dos humanos caiu de 12 para 8 segundos – um tempo inferior aos 9 segundos atribuídos a um peixe dourado. Ou seja, nossa mente está sendo condicionada a pular de estímulo em estímulo, dificultando o foco e a produtividade.
Brain Rot: a palavra do ano e a deterioração da mente digital
Recentemente, o termo brain rot (algo como "apodrecimento cerebral") ganhou força para descrever os efeitos negativos do consumo excessivo de conteúdos rápidos e superficiais. Rolagens infinitas, vídeos curtos e notificações constantes nos fazem consumir informações sem processá-las de verdade. O resultado? Uma mente sempre inquieta, impaciente e cada vez menos capaz de se aprofundar em algo por mais do que alguns segundos.
Se antes a distração era um problema pontual, hoje ela virou um estilo de vida. Muitos de nós pegamos o celular nos primeiros minutos do dia e continuamos grudados nele até a hora de dormir, em um ciclo viciante que impacta não só nossa concentração, mas também nossa saúde mental e nossos relacionamentos.
Como melhorar sua relação com o celular
Mas afinal, como podemos melhorar essa relação com o celular e evitar longo períodos de distração. Aqui vão algumas dicas:
Crie momentos livres de tela: Estabeleça horários sem celular, como durante as refeições ou nos primeiros e últimos 30 minutos do dia.
Desative notificações desnecessárias: Sons e pop-ups constantes são convites para a distração. Deixe ativadas apenas as notificações realmente importantes.
Use o celular com intenção: Antes de desbloquear a tela, pergunte-se: "O que eu vim fazer aqui?" Se não souber responder, talvez seja só um hábito automático.
Limite o tempo de redes sociais: Apps como Instagram e TikTok permitem definir limites diários de uso. Aproveite esse recurso para evitar exageros.
Substitua o tempo de tela por atividades offline: Ler um livro, caminhar ao ar livre ou simplesmente ficar um tempo sem estímulos digitais pode ajudar a recuperar sua atenção.
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